quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cesárea por opção


Quem acompanhou minha gravidez sabe que minha escolha foi alvo de muitas críticas. Para muitos, eu fui politicamente incorreta. “Cesárea? Por quê? Tem medo de não aguentar?”. A verdade é que nunca quis parto normal, embora seja totalmente a favor. Parece contraditório. Mas como não tenho muita resistência à dor, preferi mesmo não passar pelas dores das contrações, nem surpreendida pela bolsa estourando. Optei pela “temível” cesárea. E não me arrependo nem um pouco.

Dr. Sasaki, o anjo japonês, não influenciou a minha decisão. Com uma gravidez tranquila, deixou em minhas mãos. E acho que assim deve ser feito. A mãe, mais do que ninguém, deve escolher o que é melhor para si e para o bebê, é claro. Ele sugeriu que eu marcasse o parto para o dia 18 de novembro. No fundo, eu sabia que não aguentaria até lá. Marcamos então para o dia 10. Acertei na mosca! Como disse no post anterior, o anestesista perguntou na mesa de cirurgia: “Você não está sentindo nada?”. “Eu não doutor, por quê?” “Você está com o útero contraído e cm dilatação”. De certa forma, senti um alívio em saber que não fui responsável por fazer minha filha nascer antes do tempo. Nasceu no tempo certo e com muita saúde, graças a Deus.

A questão da anestesia e a difícil recuperação que todo mundo ressaltava não me fizeram mudar de ideia. Sobre a anestesia, posso dizer sem sombra de dúvida que não doeu. Só a sensação esquisita e esperada de não sentir as pernas. Senti sim uma pressãozinha quando começaram a cortar a barriga. Nada demais. Na hora, chorei. Disse ainda que estava doendo, fiz aquele drama típico da ariana aqui. No entanto, confesso que o choro foi muito mais de nervoso do que qualquer outra coisa. Papai Claudio, que acompanhou tudo bravamente, não me deixa mentir sobre o procedimento que foi para lá de tranquilo. Para não dizer que não senti nada, no final da cirurgia, senti um mal-estar. Era como se estivessem tocando no meu estômago. Mas logo passou.

Tudo foi muito rápido. Menos o efeito da anestesia, que demorou a passar. Vale lembrar que varia de mulher para mulher. Demorei a sentir as minhas pernas novamente. E como se não bastasse a ansiedade para ver a família, as enfermeiras perderam o meu prontuário por uns instantes, o que retardou ainda mais a minha ida para o quarto. Na sala de recuperação, falei pelos cotovelos com a mãe do Felipe, que também se recuperava. Não aguentávamos mais ficar ali naquela sala gelada. Aliás, a recuperação é a parte mais chata. O papai Claudio ficou comigo e com a Julia Leticia apenas alguns minutos. Depois, foi convidado a se retirar. E ficamos lá agarradinhas até o efeito passar. Enquanto isso, vocês devem imaginar como ficam os familiares, loucos para nos ver, saber se está tudo bem. Para vocês terem uma ideia da demora, Julia Leticia nasceu às 7h42. Cheguei ao quarto às 13h. Morrendo de fome para variar.

A recuperação não dói nada, nadinha, juro. Também pudera. Tomei muitos remédios receitados na medida certa pelo anjo japonês. Dá para andar, sentar. No mesmo dia, levantei para tomar banho. E no dia seguinte já desfilava nos corredores do hospital.
Ah, nem dor de gases eu tive. E olha que falei para caramba. Inclusive, no dia em que fiz a cesárea. Mas não façam isso. Correu tudo muito bem comigo. No entanto, isso não quer dizer que ocorra o mesmo em todos os procedimentos. Para se comunicar, abuse das mímicas e gestos. Pense que está jogando Imagem e Ação. Não faça que nem eu que não calava a boca nem na sala de cirurgia. Ninguém me aguentava mais.

A verdade é que as pessoas reagem de formas diferentes à cesariana e ao parto normal. Acho que cada um deve conversar como o médico e tomar a decisão mais adequada ao seu caso. O fato é que não me sinto menos mãe porque não senti as dores das contrações. Nem a cesárea é um bicho de sete cabeças. Pelo menos no meu caso não o foi. Ao ler esse post lembre-se que algumas pessoas podem ter tido uma experiência difícil, mas para muitas outras o parto foi um momento de tranquilidade e felicidade. Portanto, relaxe e aproveite

Um comentário:

  1. Linda,acho qeu eu pensaria assim como você... que bom que tudo deu certo! Infelizmente ainda nao pude ver a princesinha, e acho q nem tao cedo pois agora eu vou ter de sofrer uma cirurgia (menos impactuosa), meus sisos vão dizer adeus! To muito feliz por você, de verdade!!
    O doutor Sasaki foi obstetra da minha mãe no parto da minha irmã, isso tem 14 anos!!!

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