sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Além do próprio umbigo


Vou começar esse post fazendo uma pergunta que normalmente ninguém faz. Você gosta do seu umbigo? Já olhou para ele, tipo olho no olho? Se você é homem certamente estará nem aí, caso tenha um daqueles para fora. Enquanto que para nós mulheres ter um umbigo bonito é sinônimo de preocupação que vem desde o nascimento. E se você tem um bem bonitinho não se esqueça de agradecer a sua mãe antes de continuar lendo esse desabafo.

É fato que muitas mamães morrem de medo só de ouvir a palavra. E comigo, marinheira de primeira viagem, não poderia ser diferente. Agora vai fazer o pai entender isso. Toda vez que compartilho com o Claudio a minha aflição, posso ouvir os seus pensamentos mais íntimos: “Ai meu Deus, lá vem ela com a história do umbigo. Essas mulheres se preocupam com cada coisa! (risos)”

Fala sério, bate aquele friozinho na barriga só de pensar que na hora de trocar a fralda posso machucar. Já me disseram inúmeras vezes que o umbigo do bebê não dói, que essa região só precisa ser bem cuidada, e que na hora do banho do bebê é para lavar bem o local com água e sabão, cotonete e álcool a 70% (daquele vendido em farmácia). E pronto: com o passar dos dias é só esperar que o umbigo ficará seco e cairá.

Lição de casa decorada. No entanto, até que caia, ele estará lá na barriguinha linda da minha filha, olhando para mim de forma enigmática. Dizendo que, se eu não cuidar dele, minha filha me culpará para o resto da vida.

Deixando a estética de lado (e tentando defender a causa diante do pai), é importante destacar que aquele pedacinho é o que restou do cordão, que ligou o organismo do bebê ao da mãe durante a gravidez. Tudo bem que irá secar e cair, mas não podemos deixar de vê-lo quase como uma ferida.

As mamães hão de concordar comigo que o tal buraquinho enigmático simboliza a dependência do nosso filho conosco. Poxa, foi por ele que o alimento, o oxigênio foram conduzidos. E o papai Claudio, que logo entrará para o time dos cortadores de cordão umbilical, não pode ignorar que ter o próprio umbigo é sinônimo de autonomia. Se for bonito melhor ainda, não é mesmo?

Brincadeiras à parte, a preocupação é mais que fundamentada. Por isso, comandarei um rigoroso estado de limpeza para evitar infecções, até que o resto seja providenciado pela própria natureza. Afinal, o umbigo é a ferida que nos faz lembrar que, de nossa habilidade em ser boa mãe, dependerá a vida de um serzinho tão querido. Ah, que profundo! Não é à toa que esse blog está todo babado.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Julia Leticia em full HD

Caí na besteira de falar para a Priscila que queria comprar uma filmadora full HD para registrar todos os passos da Julia Leticia. Na verdade, não foi bem um falar. Estava mais para um pedir, mesmo que soubesse a inclinação à negativa.

"Há coisas mais importantes para nos preocuparmos agora", disse ela, mais ou menos assim e coberta de razão, já que estamos para receber a chave de nosso apartamento e temos que mandar fazer um monte de armários. "Você já não tem uma câmera?", continuou.

"Sim, amor, mas não é full HD. Quero filmar o crescimento dela em alta resolução", respondi, sem convencê-la, já emendando: "Mas não se preocupe que só vou comprar quando alguém puder trazer dos Estados Unidos, onde custa a metade do preço daqui."

Pode haver quem diga que usar como argumento a nossa filha é uma covardia e, talvez, até egoísmo. É e não é. De fato, eu poderia muito bem ter essa vontade de comprar a filmadora independemente de estar grávido ou não. Mas juro que a vontade só bateu mesmo ao pensar na nossa gatinha.

Essa coisa de imagem funciona de forma bastante semelhante àquela história de que homem se liga muito mais na beleza da mulher do que o contrário. Nós, homo sapiens sapiens do sexo masculino, temos uma queda absurda pelo visual. Isso é fato. Seja o carro bonito, a mulher bonita, o relógio bonito, enfim, o bonito nos atrai. E, no meu caso, essa atração é incrível quando o assunto é a tal da imagem em movimento, no cinema ou na tevê.

Diz a minha mãe que eu mal engatinhava e já estava lá, vidrado no tubo de raios catódicos. Ela e meu pai fizeram até uma experiência. Enquanto eu ficava no colo de um, o outro se posicionava entre o bebezão aqui e a telinha. Eu ficava, então, me contorcendo todo, pequenininho, tentando enxergar um pedacinho da imagem mesmo com aquele corpanzil de adulto ali atrapalhando.

Até hoje sou assim. É ver um novo modelo de tevê e viro aquele bebê contorcionista novamente. Aí, a Priscila, sempre esperta, questiona: "Mas o que você tanto queria não era uma TV de LCD? Agora mudou de ideia?". Então, eu argumento e ainda me defendo de qualquer acusação de egoísmo: "Continuo querendo, meu amor, mas, muito mais importante agora é gravar a neném para ela se ver no futuro do que a minha satisfação pessoal."

PS 1: Sim, eu sei que é burrice ter uma câmera full HD e não ter uma tevê 1080 para assistir aos vídeos em alta qualidade. Mas o monitor do meu PC é bem decente!
PS 2: Amor, consegui um esquema para trazer a filmadora por um preço bem legal. Deixa, vai?

Pais de primeira viagem!


Nossa pequeninha finalmente está prestes a chegar. Tudo pronto para estreia: enxoval, carrinho, banheira, bercinho, o armário lotado de roupas e grifes preferidas de fraldas, a mala da maternidade, o médico, o hospital... A lista já foi checada inúmeras vezes e até que ela venha ao mundo, o procedimento será repetido, sem a garantia de que nada será esquecido no grande dia.

No entanto, fico me perguntando se está tudo certo com o principal: os pais. A sensação que dá é que nossa princesinha vai chegar e encontrar os pais ainda prematuros, a mãe então, nem se fala. Já vi milhares de vídeos na internet: aprenda a trocar fralda, como colocar para arrotar, como segurar o bebê corretamente, como cuidar do umbigo (essa preocupação renderá um post exclusivo), como fazer isso e aquilo. Puxa, se depender da internet, estou prontíssima. E se contar com os conselhos...

Aliás, esses são os melhores. Principalmente, quando eles vêm de pessoas que já passaram pela experiência da maternidade, em outras encarnações, é claro. Hoje pela manhã, uma amiga me indicou com a melhor das intenções um curso de bebês com bonecas que parecem bebês de verdade. Nada contra o curso, eu até pensei em fazer. Mas quando vi uma foto da tal boneca (olha a foto da criatura acima!). Ah, meu Deus! Fiquei com medo. Parece um bichinho empalhado daqueles que os caçadores colocam na parede. Achei melhor abstrair!

Foram nove meses de uma gestação que posso chamar de perfeita. Com muita energia e correria de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Então agora só basta relaxar e gozar. No sentido metafórico, é claro. Afinal, não pretendo ter um parto orgásmico como vi numa reportagem sem vergonha da revistatpm.com.br, como sugere o próprio título Parir e Gozar.

Confesso que o primeiro filho, de fato, assusta. Mas acho que o mais importante do que se agarrar em dicas prontas é deixar a emoção fluir e deixar acontecer, aprender na marra, como diz um amigo com experiências paternas comprovadas nesta vida.
O importante é não desistir, afinal, nossa filhota não desistiu da gente e está pronta para aprender tudo o que temos a ensinar. Apesar da ansiedade, eu continuo aprendendo com ela a cada dia. E daqui para frente, mamãe Pri e papai Claudio vão compartilhar com vocês a emoção e os apuros de pais de primeira viagem!